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Cenário prospectivo 2026

Cenário Prospectivo 2026

 

O cenário prospectivo 2026 da ANCINE foi resultante da pesquisa Delphi realizada no 2º semestre de 2016, que contou com participação de 745 especialistas de diversas áreas de atuação, entre eles representantes de empresas do setor regulado, agentes do poder público, docentes, membros da sociedade e servidores da Agência. O questionário com 13 questões tratou de temas como: a evolução dos modelos de negócios do setor; o crescimento do público das salas de cinema; a ampliação do mercado de TV paga; o impacto dos serviços de vídeo sob demanda (VoD); a classe C e o PIB nacional; e a expansão do acesso à internet por banda larga no Brasil, entre outros.

 

A metodologia utilizada na pesquisa, a técnica Delphi, baseia-se na consulta a grupos de especialistas sobre situações que podem oferecer impactos às ações da Agência, e busca analisar a convergência obtida nas respostas para a projeção de tendências futuras. Após o encerramento da pesquisa, foram realizados workshops com as lideranças da Agência para análise dos resultados da pesquisa e elaboração do mapa de cenários.

 

A análise prospectiva baseada em cenários identificou diversos futuros possíveis (cenário mais provável, cenário de referência e cenário ideal para a ANCINE), dentro de um horizonte temporal específico, e possibilitou a definição de estratégias pré-ativas, que visam a preparar a instituição para o enfrentamento ou aproveitamento dos acontecimentos fora de sua competência, e de estratégias proativas, que objetivam alterar, em favor da organização, as probabilidades de ocorrência destes acontecimentos. O cenário que serviu de subsídio para o Planejamento Estratégico da ANCINE, quadriênio 2017-2020, foi o cenário de referência.

 

Descrição do Cenário de Referência para a Agência Nacional do Cinema

Estamos em 31 de dezembro de 2026...

 

Não obstante as dificuldades enfrentadas ao longo da crise política que caracterizou o ano de 2016, quase paralisando a atividade econômica do país, a reversão das expectativas mais pessimistas permitiu a retomada do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro a uma taxa média anual de 2,5% ao ano entre 2016 e 2026.

 

Nos anos de crise, houve queda da participação da classe “C” na pirâmide social brasileira, em movimento oposto ao observado na primeira década deste século. Desta maneira, mesmo com a melhoria do cenário econômico verificado nos anos seguintes, ou seja, com o reestabelecimento do crescimento do PIB e a redução do desemprego, o percentual da população brasileira pertencente às classes alta e média não atingiu os 75%.

 

Apesar da estagnação das classes mais altas, o público das salas de exibição de cinema continuou a crescer em um patamar superior a 5% ao ano entre 2016 e 2026. O aumento do número de salas de cinema proporcionado, entre outros fatores, pelos investimentos públicos realizados na expansão do parque exibidor, foi fundamental para manter a atividade aquecida.

 

Já o segmento de TV paga não atingiu o patamar de crescimento de 5% ao ano da base de assinantes nesse mesmo período. O avanço de opções alternativas de oferta de conteúdo audiovisual, sobretudo aquelas baseadas em programação não linear aliadas às mudanças nos hábitos de consumo audiovisual e à estagnação da classe média, impactaram negativamente o crescimento deste setor.

 

No que diz respeito à internet, confirmou-se o cenário de mais de 90% das conexões banda larga do país com velocidade de, no mínimo, 2 Mbps. A universalização do serviço foi alcançada por meio da redução de preços ao consumidor, graças à atuação direta do estado no incentivo ao investimento em infraestrutura e à promoção de alterações regulatórias e tributárias que possibilitaram a baixa das tarifas aplicáveis ao setor.

 

A ampliação ao acesso à internet de banda larga foi um dos fatores decisivos para que o mercado de exploração de conteúdo audiovisual não-linear ultrapassasse o faturamento do mercado de exploração de conteúdo linear. O declínio do segmento de TV por assinatura e a ascensão dos serviços de Vídeo por Demanda (VoD) são os exemplos mais notáveis dessa tendência. Destaca-se também a consecução, pelas empresas de capital nacional, de 25% de participação do mercado de VoD, apesar da concorrência acirrada dos grandes players estrangeiros atuantes no setor.

 

Neste novo contexto, o controle dos direitos sobre conteúdos audiovisuais se tornou fator crítico de sucesso para as empresas do setor. A importância da gestão de direitos sobre conteúdos audiovisuais ganhou importância, na medida em que a maior parte do faturamento do segmento audiovisual passou a depender da seleção e qualificação do conteúdo oferecido ao consumidor. A valorização do conteúdo, do software frente ao hardware, se reflete, por exemplo, no faturamento obtido atualmente com licenciamento. Esse corresponde a, no mínimo, 25% do custo de produção dos conteúdos audiovisuais brasileiros independentes.

 

A participação de mercado de obras audiovisuais independentes produzidas fora do eixo Rio-São Paulo alcançou o patamar de 30%. Ou seja, a produção audiovisual independente brasileira tornou-se mais desconcentrada regionalmente, coadunando-se com o disposto na Lei 12.485/11. Além das ações estatais, o fenômeno da digitalização reduziu significativamente as limitações de acesso a equipamentos profissionais de produção audiovisual, permitindo que os conteúdos produzidos fora da região sudeste se tornassem mais competitivos.

 

A política de cotas de conteúdo brasileiro na TV paga que, à princípio, vigoraria até 2023, teve o prazo prorrogado e continua valendo. Dessa forma, permanece a exigência de cumprimento de quantitativos mínimos de produções brasileiras e brasileiras independentes que devem ser carregados em determinados horários, além de um quantitativo mínimo de canais de programação brasileiros a serem distribuídos nos pacotes de TV por assinatura.

 

Com relação ao mercado de games, a participação da produção de jogos digitais brasileiros no mercado nacional permaneceu nos mesmos patamares de 2016, devido a ausência de uma política estatal coordenada para o seu desenvolvimento. No entanto, demais segmentos do setor audiovisual não regulados ou até mesmo inexistentes há dez anos foram incorporados ao espectro regulatório do estado brasileiro.

 

CENÁRIO DE REFERÊNCIA

Qual a probabilidade de que, até 2026, ...

 

01. ...a taxa média anual de crescimento do PIB brasileiro, entre 2016 e 2026, seja igual ou superior a 2,5% ao ano?

OCORRE

02. ...o percentual da população brasileira pertencente às classes A, B ou C seja igual ou superior a 75%?

NÃO OCORRE

03. ...mais de 90% das conexões banda larga do país tenham a velocidade de, no mínimo, 2 Mbps, velocidade mínima que permite o consumo de vídeo em qualidade aceitável

OCORRE

04. ...a taxa média anual de crescimento de público de salas de exibição, entre 2016 e 2026, no Brasil mantenha-se em um patamar igual ou superior a 5% ao ano?

OCORRE

05. ...a taxa média anual de crescimento da base de assinantes de TV paga, entre 2016 e 2026, seja igual ou superior a 5% ao ano?

NÃO OCORRE

06. ...o faturamento do mercado de exploração de conteúdo não linear no Brasil supere o faturamento do mercado de exploração de conteúdo linear?

OCORRE

07. ...empresas de capital nacional detenham participação mínima de 25% do mercado de vídeo por demanda no Brasil (VoD)?

OCORRE

08. ...o controle dos direitos sobre conteúdos audiovisuais se torne o fator de sucesso determinante para as empresas do setor audiovisual?

OCORRE

09. ...o faturamento obtido com licenciamento corresponda em média a 25% ou mais do custo de produção dos conteúdos audiovisuais brasileiros independentes?

OCORRE

10. ...a participação de mercado de obras audiovisuais independentes produzidas fora do eixo Rio-São Paulo seja igual ou superior a 30%?

OCORRE

11. ...seja mantida uma política de cotas de conteúdo brasileiro na TV paga?

OCORRE

12. ...a participação da produção de jogos digitais brasileiros no mercado nacional permaneça nos patamares atuais?

OCORRE

13. ...haja a ampliação da presença do Estado brasileiro na regulação econômica de novos segmentos do setor audiovisual?

OCORRE

 

 

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